Com relações cortadas há mais de sete meses pelos efeitos devastadores da pandemia do coronavírus, e sem decreto oficial de reabertura da fronteira, comerciantes de Pedro Juan Caballero e Ponta Porã já pensam no processo de reconstrução da economia local. Otimistas, eles apostam na ligação umbilical entre as duas cidades consideradas gêmeas.
Apesar de um cenário caótico e das perspectivas da retomada de desenvolvimento apontarem para horizontes de médio e longo prazo, esperança é uma palavra que foi incorporada ao cotidiano de empresários e trabalhadores das duas cidades. Para eles os dias de incerteza estão pertos de chegarem ao fim, mas ainda será preciso paciência até que tudo volte ao normal.
A reportagem do Midiamax esteve na Linha Internacional, como é conhecido o marco divisório e imaginário entre Pedro Juan Caballero, no Paraguai e Ponta Porã e ouviu relatos de pessoas que acreditam em dias melhores. Entretanto, a saída segundo eles, está na capacidade de superação dos moradores das duas cidades e na união de forças.
“Estou aqui há 30 anos e jamais imaginei que isso pudesse acontecer. Nós temos aqui uma interdependência entre Pedro Juan Caballero e Ponta Porã incrível. Posso dizer que a pandemia irá deixar profundos impactos na economia das duas cidades, mas jamais irá nos dividir”, afirma o comerciante brasileiro Pedro Alcides Zanchet Bandiman, que atua no ramo de vendas de tecidos.
Pedro ressalta ainda que muitos amigos paraguaios fecharam as portas e ainda aguardam a normalização da situação para decidirem se irão reabrir. “Temos conhecimento que esses números passam de 60%. Mas apesar de um futuro incerto e daqueles que não conseguiram sobreviver, outros virão. Essa nossa fronteira tem uma capacidade de reconstrução impressionante”, explica o comerciante.
“Essa relação entre Pedro Juan e Ponta Porã é quase simbiótica. Uma cidade depende da outra. Se falamos de comércio, temos 15 mil paraguaios cadastrados que fazem compras no crediário no Brasil e uma população de quase 45 mil pessoas que movimentam as duas cidades”, destaca o empresário paraguaio Tomás Medina.
“Somos fortes e apesar dos dias escuros, o sol sempre brilha por aqui”, afirmou a ambulante paraguaia, Marina Coronel, à espera dos compradores de alho e cigarro. Ela conta que nos dias em não podia sair de casa, se apegava com a “Virgem de Caacupé”, para encontrar forças e se manter em pé para garantir o sustento dos quatro filhos pequenos.
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